23/11/2009

EUA: Da Doutrina Monroe ao Big Stick

EUA: Da Doutrina Monroe ao Big Stick
KISSINGER, H. Diplomacy. Cap. 2

EUA: Da Doutrina Monroe ao Big Stick. 1
NEGLIGENCIA SALUTAR = SALUTARY NEGLECT (1607-1763) 1
GUERRA DOS 7 ANOS (1756-1763) 1
Guerra Francesa e Indígena = guerra contra os franceses e os índios. 1
Revolução Diplomática. 2
LEIS FISCAIS a partir 1762. 2
1º. CONGRESSO DA FILADELFIA = 1774. 2
2º. CONGRESSO DA FILADELFIA = 1776 = PROCLAMACAO DA INDEPENDENCIA.. 2
CF AMERICANA = primeira constituicao iluminista. 2
SEGUNDA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA.. 3
LEGADO DE WASHINGTON = ISOLACIONISMO.. 3
DOUTRINA MONROE - 1823. 3
GUERRA DE SECESSAO -1860. 4
LINCOLN.. 4
BIG STICK = COROLÁRIO ROOSEVELT - 1898. 4
WILSON.. 4
POLÍTICA DA BOA VIZINHANÇA.. 4
DOUTRINA TRUMAN - 1947. 4
NOVA ORDEM MUNDIAL.. 4
DOUTRINA BUSH.. 5
Relações perigosas. 5



NEGLIGENCIA SALUTAR = SALUTARY NEGLECT (1607-1763)

(NAO CONFUNDIR COM A NEGLIGENCIA BENIGNA=BENIGN NEGLECT DE NIXON/KISSINGER)

13 colonias de povoamento britanico na América do Norte entre as quais não existia coexão foram deixadas pela metrópole para o autogoverno entre 1607 a 1763.
O fato de nao serem importantes economicamente (nao terem a prata como Potosi na Bolívia, pex) fazia com que o interesse da metrópole fosse menor (toquevile)
Great Britain. Prime Minister Robert Walpole stated that "If no restrictions were placed on the colonies, they would flourish"


GUERRA DOS 7 ANOS (1756-1763)

durante o reinado de Luís XV, entre a França, a Áustria e seus aliados (Saxônia, Rússia, Suécia e Espanha), de um lado, e a Inglaterra, Portugal, a Prússia e Hannover, de outro.

Vários fatores desencadearam a guerra: a preocupação das potências européias com o crescente prestígio e poderio de Frederico II, o Grande, Rei da Prússia; as disputas entre a Áustria e a Prússia pela posse da Silésia, província oriental alemã, que passara ao domínio prussiano em 1742 durante a guerra de sucessão austríaca; e a disputa entre a Grã-Bretanha e a França pelo controle comercial e marítimo das colônias das Índias e da América do Norte.

Guerra Francesa e Indígena = guerra contra os franceses e os índios
A fase norte-americana foi denominada Guerra Franco-Indígena (ou Guerra Francesa e Indígena), e participaram a Inglaterra e suas colônias norte-americanas contra a França e seus aliados algonquinos. A fase asiática iniciou o domínio britânico nas Índias.

Foi o primeiro conflito a ter carácter mundial, e o seu resultado é muitas vezes apontado como o ponto fulcral que deu origem à inauguração da era moderna.

A Guerra foi precedida por uma reformulação do sistema de alianças entre as principais potências europeias, a chamada Revolução Diplomática de 1756, e caracterizou-se pelas sucessivas derrotas francesas na Alemanha (Rossbach), no Canadá (queda de Québec e Montreal) e na Índia.
Revolução Diplomática
Inversão de antigas alianças diplomáticas no início da Paz de Aix-la-Chapelle que concluiu a Guerra de Sucessão Austríaca em 1748. As tradicionais alianças da França e da Prússia contra a Grã-Bretanha e a Áustria mudaram para França e Áustria contra Grã-Bretanha e Prússia. Com a finalidade de consumar a aliança, Maria Teresa da Áustria casou sua filha, Maria Antonieta, com Luís XVI, herdeiro do trono francês.

A Inglaterra une-se à Prússia e fecha os portos franceses. Os ingleses tomam posse de Quebec, Montreal e a região dos Grandes Lagos. Resultado disso, a Inglaterra entrega grande parte do Império colonial francês. A França dá à Inglaterra o Canadá, o Cabo Bretão, o Senegal e a Gâmbia .

LEIS FISCAIS a partir 1762

Embora seja vencedora, a Inglaterra fica em péssima situação financeira. Em Londres, o Parlamento resolve penalizar os colonos com parte dos custos da guerra. A revolta surge e aumenta com a proibição inglesa de posse das terras conquistadas dos franceses pelos norte-americanos, obrigando-os a viver apenas próximos do litoral.
LEI DO AÇÚCAR
LEI DO SELO = todo doc para ter validade tinha de conter um selo da coroa
LEI DO CHÁ = no porto de boston fantasiados de nativos jogam todo o chá no mar = boston tea party
LEIS INTOLERAVEIS = reparacao pelo cha perdido e fechamento do porto de boston ate reparacoes serem pagas

A Guerra dos Sete Anos acirra, arrumando o terreno para a luta pela independência dos EUA. Alguns líderes do movimento de autonomia norte-americana aparecem justo nessa época, caso do presidente George Washington.

1º. CONGRESSO DA FILADELFIA = 1774
= esperanca de participacao no Parlamento Ingles = NO TAXATION WITHOUT REPRESENTATION = legalistas x independentistas

2º. CONGRESSO DA FILADELFIA = 1776 = PROCLAMACAO DA INDEPENDENCIA
2 CONGRESSO DA FILADELFIA 1776 (estado de Rode Island estado pequeno nao participa
4/7/1776 tomas jeferson redige a cara de independencia
Primeiro documento que expressa claramente os ideais iluministas, 13 anos antes da declaracao dos direitos do homem e do cidadao 1789.

1781 depois da batalha de Yorktown ingleses expulsos começa o processo constituinte = constituicaoPromulgada em 1787
CF AMERICANA = primeira constituicao iluminista

CRISE NA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE
principalmente com relacao aos escravo e aa representatividade
resolve a representatividade com o sistema bicameral (cada estado 2 senadores e proporcionalidade na camara dos deputados = tem de fazer censo para saber qtos deputados)
resolve relacao dos escravos com a clausula de 3/5 = cada escravo conta 3/5 de um cidadao para calcular a populacao de um estado e assim definir o numero de seus deputados

FEDERALISTAS = CENTRALIZACAO = J / ALEXANDER MEDISON/ TOMAS PEIN / = Queriam a ratificacao da constituicao = precisavam [1]

miriade de grupos antifederalistas = nao queriam aprovar a constituicao = alguns queriam CONFEDERACAO outros queriam independencia total outros nao aprovavam a CF pq queriam direitos individuais (bill of rights) por isso nao aprovavam a cf

A CONSTITUICAO foi aprovada por todos os estados so quando na primeira legislatura foi aprovada a BILL OF RIGHTS (10 emendas) que tratavam de direitos individuais

CONSTITUICAO = 1787
BILL OF RIGHTS = 1789

MARCHA PARA O OESTE

FALTA DE INFRAESTRUTURA pressionada por superpopulacao no leste = imigracao

PECUARIA = cowboy = pecuaria fundamental = por isso vilao do gangues de NY era butcher = controlava distribuicao de carne.

TECNOLOGIA = Producao e distribuicao (ferrovias e canais hidrograficos) invensao do carro pulmann = refrigerador. Ceifadeira mecanica reduz custo com escravos que eram necessarios para arrancar o algodao do pe ( a ceifadeira foi responsavel pela recupeeracao do sul = supera o norte = por isso foi possivel a guerra civil americana.

SEGUNDA GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
1812 = durante a guerra napoleonicas tentativa da Gran-Bretanha retomar sua ex colonia

LEGADO DE WASHINGTON = ISOLACIONISMO
Paradigma da política externa americana nos próximos 150 anos.

DOUTRINA MONROE - 1823
AMÉRICA PARA OS AMERICANOS
PANAMERICANISMO MONROEISTA ≠ PANAMERICANISMO BOLIAVARIANO
Recebe apoio inglês por que assim garante acesso a mercados.
RELIGIAO/IDEOLOGIA = estado de UTAH = mormons (ficaram muitoo ricos) pq descobriu-se ouro na California como UTAH era meio do caminho Henrique SULIVAN/ JORNALISTA cunha o termo DESTINO MANIFESTO 1845

ATUACAO DO ESTADO = incentivo, exercito genocidio incorporacao de novos territorios = presidente mais expansionista JAMES K. POLK = 1845-49 = faz campanha tao expansionista que congresso antes de polk tomar posse aceita o TEXAS que ficou 10 anos querendo ser incorporado (the lone star of ameerica) / GUERRA contra o MEXICO / OREGON = resolvido diplomaticamente com a Inglaterra.

com polk tensoes entre norete e sul surgem grupos favoraveis a TERRA LIVRE = compromisso do Missouri (favorece sul) depois Lei Kansas - Nebraska (entra um depois entre outro) e depois LEI CLAY (populacao decide se a constituicao vai ser terra livre ou escravidao = costumava ganhar terra livre pq a expansao para oeste era feita pelos livres do norte.

PARTIDO REPUBLICANOS = GRUPOS FAVORAVEIS A TERRA LIVRE = NO NORTE E NO OESTE (PROLONGACAO DA POP DO NORTE)

PETROLEO DESCOBERTO NO TEXAS
OURO DESCOBERTO NA CALIFORNIA (1949= intensifica a marcha para o oeste)

sociedade no KNOW NOTHING = comprar a LIBERIA para mandar todos os negros dos EUA de volta para a casa.

PARTIDO REPUBLICANO apoio NO SUL
GUERRA DE SECESSAO -1860

em 1860 ELEICAO DO LINCOLN = eleito sem nenhum voto no sul (era votacao por delegados) = estopim da GUERRA DE SECESSAO

NORTE
23 ESTADOS
27 MILHOES HABITANTES
97% DAS FERROVIAS

SUL
11 ESTADOS
9 MILHOES HABITANTES
30 % DAS FERRROVIAS

Impressionante como A SUPERIORIDADE MILITAR DO SUL consegue sustentar 1861-65

se fosse guerra de tropa contra tropa sul ganharia = mas como foi pela primeira vez GUERRA TOTAL

LINCOLN
= Liberta escravos das republicas rebeldes do sul 11 = incentivo para fuga seguida de ida de escravos lutar pelo norte = assassinado em 1865 assistindo HAMLET = vice era sulisita (Lincoln pq era impopular escolheu vice sulistqa achando que nao iria morrer) =
RECONSTRUCAO RADICAL = OCUPACAO MILITAR DO SUL = escravo votando desde 1865 (14 emenda) ocupando cargo de deputado. = KKK (se negro aparecesse para votar morria) = HEYNES eleito pq propos a retirada da ocupacao militar do sul e aprova os CODIGOS NEGROS ( era praticamente uma escravidao).

BIG STICK = COROLÁRIO ROOSEVELT - 1898
A Pol do Big Stick é um corolário da Doutrina Monroe = os EUA deveriam assumir o papel de polícia da América. “Speak softly and carry a big stick." The idea of negotiating peacefully, simultaneously threatening with the “big stick”

Diplomacia do Dólar
foi um dispositivo utilizado pelo presidente Roosevelt para ampliar sua importância na América Latina. Assim sendo, a diplomacia do dólar significa em linhas gerais utilizar-se do potencial econômico dos EUA, objetivando a dependência dos países latino-americanos, e consequentemente manipulá-los, para atingir suas metas nesse sub-continente, que segundo ao destino manifesto estava destinado a ser um território norte-americano. Dominava os países da América Latina por meio da oferta de empréstimos e vantagens para grupos privilegiados

WILSON

1ª. GUERRA MUNDIAL = volta ao isolacionismo
POLÍTICA DA BOA VIZINHANÇA

FRANKLIN DELANO ROOSEVEL = 2ª. GUERRA MUNDIAL = APROXIMAÇÃO DA AMERICA LATINA

DOUTRINA TRUMAN - 1947

POL DE CONTENCAO DA GUERRA FRIA
ALIANCA PARA O PROGRESSO QUANTO MAIS PROGRESSO MAIS ESTABILIDADE
NOVA ORDEM MUNDIAL

GEORGE H. BUSH (PAI)

DOUTRINA BUSH

GEORGE W. BUSH (FILHO)

Relações perigosas

livro de Luiz Alberto Moniz Bandeira, As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos (de Collor a Lula, 1990-2004)editora Civilização Brasileira 2008.

Essa obra não teve o destaque merecido. Não é de surpreender. Moniz Bandeira escreve de um ponto de vista rigorosamente brasileiro. E, como dizia Nelson Rodrigues, "o Brasil é muito impopular no Brasil".

No período Collor-FHC, a política externa brasileira atravessou uma fase melancólica, em que predominaram posturas atemorizadas e subalternas. Fernando Collor, do alto da sua ignorância e despreparo, anunciou em visita a Washington, em 1991, o fim de uma "fase amadorística (sic) e romântica" nas relações do Brasil com os Estados Unidos. Deslumbrado provincianamente com a perspectiva de um mundo unipolar, Collor procurou acomodar o Brasil às diretrizes de Washington. Nada conseguiu com isso, observa Moniz Bandeira, a não ser alguns elogios (o presidente Bush, pai, qualificou-o de "líder moderno" e "presidente extraordinário"...).

Fernando Henrique Cardoso era mais sutil e sofisticado do que Fernando Collor, mas não foi essencialmente diferente no campo internacional. Apesar de alguma retórica, tratou de ajustar-se, na prática, aos interesses dos EUA, como mostra Moniz Bandeira. A marca do seu governo foi a resignação. gestão da vaporosa figura de Celso Lafer no Itamaraty. Moniz Bandeira apresenta um relato constrangedor e uma crítica arrasadora da passagem de Lafer pelo Ministério das Relações Exteriores, concluindo que por suas "iniciativas e atitudes subservientes e servis" em relação a Washington ele se configurou como "o pior chanceler da história do Itamaraty".

O jornalista Barbosa Lima Sobrinho costumava dizer que no Brasil sempre houve dois grandes partidos: o de Silvério dos Reis, que procura atrelar o país a interesses estrangeiros, e o de Tiradentes, que não transige com os interesses nacionais. Nos anos 90, o partido de Silvério dos Reis dominou amplamente. Mas o de Tiradentes não chegou a ser totalmente soterrado.

Desde o início da década de 90, um dos grandes desafios para o Brasil era a proposta dos Estados Unidos de criar uma Área de Livre Comércio das Américas. O Brasil não se sentia em condições de recusar abertamente essa proposta. Porém, o nosso interesse consistia em consolidar o Mercosul e constituir um "segundo círculo concêntrico" mediante a celebração de acordos de livre comércio do Mercosul com outros países sul-americanos. O processo desembocaria na formação de uma Área de Livre Comércio da América do Sul, que começou a ser impulsionada por Celso Amorim, chanceler durante o governo Itamar Franco. A sinalização era de duplo sentido, explicou Amorim em depoimento ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, em 1997. De um lado, mostrava que o Mercosul não se esgotaria em si mesmo e constituía o núcleo de um processo maior de integração. De outro, reconhecia que a realidade para o Brasil não era tanto a América Latina, mas, sim, a América do Sul.

Este é o projeto que está sendo retomado agora no governo Lula. O partido de Tiradentes voltou a predominar no Itamaraty. E as condições são agora muito mais favoráveis do que no começo dos 90. Em diversos países, o fracasso das políticas econômicas liberais recomendadas pelo chamado Consenso de Washington favoreceu o ressurgimento da preocupação com a autonomia nacional e do interesse pela integração sul-americana. Além disso, a inabilidade do governo George W. Bush, a sua propensão a agir de forma unilateral e ultranacionalista, levaram a uma grande perda de prestígio dos Estados Unidos.

As chances de sucesso do projeto sul-americano são boas. Mas não vamos nos iludir. O partido de Silvério dos Reis é forte e ativo. E continuará fazendo muito barulho e muita pressão.


*resumo de artigo de Paulo Nogueira Batista Jr., economista e professor da FGV-EAESP, é autor do livro A Economia como Ela É ... (Boitempo Editorial, 3ª edição, 2002).Fonte: Agência Carta Maior





Por DURVAL DE NORONHA GOYOS RESENHA:
As Relações Perigosas: Brasil - EUA (De Collor a Lula)
Luiz Alberto Moniz Bandeira
Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira
392 páginas
Preço: R$ 44,90
Formato: 16 x 23 cm
ISBN: 85-200-0678-7
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As relações perigosas: Brasil - Estados Unidos
RIO DE JANEIRO - Sem alarde, foi lançado em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, há semanas atrás, o livro As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos (de Collor a Lula, 1990 – 2004), pela Editora Civilização Brasileira, do consagrado pensador e professor brasileiro Luiz Alberto Moniz Bandeira. A obra, que tem prefácio do embaixador Rubens Ricupero, deveria ter merecido uma maior atenção da crítica, por seu rigor científico, discernimento estratégico e profundidade de análise.
Em realidade, o trabalho do professor Moniz Bandeira extrapola o âmbito das relações bilaterais Brasil – EUA para oferecer um criterioso exame da estratégia da política externa norte-americana, num patamar de excelência que evoca os melhores momentos de Noam Chomsky em Hegemony or Survival – America’s Quest for Global Dominance (Hamish Hamilton, EUA, 2003); de Jean Ziegler em Os Novos Senhores do Mundo (Terramar, Portugal, 2002); e de Clyde Prestowitz em Rogue Nation (Basic Books, EUA, 2003).
Assim, a política hegemônica e unilateral dos EUA, o rogue superpower, o super-poder fora da lei, com o seu sabido devastador efeito na ordem jurídica e econômica mundial, é esmiuçada criteriosamente, com análises sobre a manipulação e desestabilização, por aquele país, de organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), dentre outros.
É claro, como o título indica, o trabalho do professor Moniz Bandeira concentra-se nas repercussões de tal política deletéria para a ordem legal internacional no tocante ao Brasil e às reações dos governos brasileiros, do período sob análise, às várias iniciativas hegemônicas dos EUA na área econômica, como a Alca; no setor militar, como na questão da Amazônia; e no campo jurídico, como no combate ao tráfico de drogas, dentre outras.
Com o benefício de ter tido acesso aos arquivos secretos recentes do Itamaraty e da exaustiva pesquisa conduzida, o quadro pintado pelo professor Moniz Bandeira da política externa brasileira nos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso é triste, sombrio e preocupante, dada a irresponsabilidade, pusilanimidade e incompetência relatadas, com os resultantes efeitos extraordinariamente lesivos aos interesses nacionais brasileiros.
Em particular, o professor Moniz Bandeira desnuda a política externa inepta do ex-chanceler Celso Lafer para concluir, após criteriosa pesquisa nos arquivos do próprio Itamaraty, que suas “atitudes subservientes e servis” tornaram o ex-ministro Lafer o “pior chanceler da história”. O relato do professor Moniz Bandeira da pusilanimidade da ação da chancelaria brasileira, comandada por Lafer em pessoa, na questão da Opaq, no tocante à falta de sustentação ao direito internacional e de apoio à legítima posição do embaixador José Maurício Bustani, é de enojar o mais experiente ator nas relações internacionais. Para maiores esclarecimentos sobre a questão da Opaq, recomendo a releitura de meu artigo A desestabilização dos organismos internacionais, o caso da Opaq.
A gravidade das acusações lançadas pelo professor Moniz Bandeira ao ex-chanceler Lafer recomenda, se não impõe, aos atentos membros do Ministério Público Federal uma cuidadosa análise dos fatos para discernir sobre a eventual configuração de crime de responsabilidade.
A obra As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos é uma leitura imprescindível a todos que se preocupam com o futuro do Brasil e estudam as condicionantes internacionais e a direção de nossa política externa.
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Relações perigosas: Brasil - Estados Unidos
DE COLLOR A LULA, 1990-2004.
LUIZ ALBERTO MONIZ BANDEIRA

As relações perigosas constitui o desdobramento de vários outras obras que o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira tem escrito e publicado sobre as relações entre os Estados Unidos e a América Latina, particularmente com o Brasil, desafiando o "virtual monopólio" desse tema, exercido pelos acadêmico americanos, conforme observou o professor Joseph Smith, da Universidade de Exeter, na Inglaterra. E com toda a razão o embaixador Rubens Ricupero, no prefácio, ressaltou que esta obra é "mais uma história do presente que do passado", porquanto combina a pesquisa com informações orais, o documento secreto de arquivo com o noticiário da imprensa, completa as obras anteriores no espaço e no tempo.
O Autor, que há mais de 40 anos pesquisa e estuda as contradições não resolvidas entre os Estados Unidos e o Brasil, parte do princípio de que história é um processus sem fim e que o passado se mantém vivo, como poderosa realidade, que continuamente modifica o que está para devir. Os fenômenos políticos, quando se manifestam, resultam de transformações quantitativas e qualitativas de tendências históricas, razão pela qual devem ser estudados e compreendidos em seu encadeamento mediato, e sua compreensão requer o conhecimento do passado, como substância real do presente.
Em As relações perigosas, Luiz Alberto Moniz Bandeira, ao mesmo tempo em que trata de estabelecer a vinculação a política externa entre política interna, a demonstra a sua continuidade, dentro das mudanças que ocorreram, ao longo dos anos 90 até os dias atuais, e a permanência das contradições com os Estados Unidos, não obstante todos os esforços que Collor de Melo, Fernando Henrique Cardoso e mesmo Lula desenvolveram para manter em bom nível as relações entre os dois países. Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira nasceu em Salvador, Bahia, em 30 de dezembro de 1935. Formado em Direito, é doutor em Ciência política pela Universidade de São Paulo e professor titular de história da política exterior do Brasil, no Departamento de História da Universidade de Brasília (aposentado). É autor de mais de 20 obras, algumas das quais, como Presença dos Estados Unidos no Brasil- Dois Séculos de História e O Governo João Goulart - As Lutas Sociais no Brasil (1962-1964), Nos últimos anos, Moniz Bandeira publicou De Marti a Fidel - A Revolução Cubana e a América Latina, As Relações Brasil - Estados Unidos no Contexto da Globalização: A Rivalidade Emergente (edição revista e atualizada), bem como O Feudo - A Casa da Torre de Garcia d'Ávila: da conquista dos sertões à independência do Brasil. Em 2003, publicou Brasil, Argentina e Estados Unidos: Conflito e Integração na América do Sul (Da Tríplice Aliança ao Mercosul), traduzido para o espanhol e também publicado na Argentina em 2004. Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira é portador da Bundesverdienst Kreuz (Erster Klass), (Cruz do Mérito - Primeira Classe), conferida pelo governo da República Federal da Alemanha, e comendador da Ordem de Rio Branco (Brasil) e da Orden de Mayo (Argentina). Atualmente reside na Alemanha, onde foi professor visitante nas Universidades de Heidelberg e Colônia.
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[1] FRANKLIN DELANO ROOSEVELT = é o presidente que mais fortalece o poder do estado = intervencionismo dado primeiro aa reacao contra crise de 29 e depois tendo em vista a guerra.

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