04/03/2010

FILOSOFIA CLÁSSICA E MODERNA

FILOSOFIA CLÁSSICA E MODERNA

PROF. ROGER CAMPATO
rcampato@mackenzie.br

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A disciplina analisa, a luz da discussão de tópicos referentes ao pensamento de alguns dos mais importantes representantes das filosofias clássica e moderna, o processo pelo qual o conceito de opinião publica deixa de ser tomado como a expressão acabada do conhecimento incerto e passa a designar o juízo verdadeiro, incontestável como legitimo portador da razão.

Metodologia
Aulas expositivas, leituras e análises de textos

Avaliação
P1 = 30% da nota final (avaliação individual)
P2 = 30% da nota final (trabalhos em grupo)
P3 = 40% da nota final (avaliação individual)

Conteúdo Programático
1- a filosofia antiga e o conceito de opinião
a. o pensamento socrático: a filosofia e a superação dos juízos incertos. Como a filosofia pode ser usada para solucionar falsidades que se apresentam como verdadeiros. Platão escreveu 23 diálogos, os primeiros são sobre Sócrates histórico, Platão se limita a apresentar o conhecimento de seu mestre. Na segunda fase começam as preocupações metafísicas. É nessa fase que Platão apresenta as suas próprias idéias. Nessa segunda fase é um Sócrates dramático, é um personagem. Platão se vale desse personagem para expor suas próprias idéias.
b. Doxa (opinião) e Episteme (conhecimento, ciência) em Platão. Nesse momento da historia a opinião esta vinculada a um falso julgamento a uma falta de conhecimento, juízo incerto. Cisão entre opinião publica e verdade. Opinião publica não deveria ser levada em consideração.
c. O pensamento político aristotélico. Contradizem os ensinamentos de Platão.

2- A filosofia moderna e o conceito de opinião publica. A partir da filosofia moderna mutação: opinião adquire conotação mais positiva se aproxima da idéia de conhecimento. A opinião publica deveria ser levada em consideração. Opinião publica poderia ser portadora do conhecimento. Renascimento, sec. XVII ascensão da burguesia, democracia depende da opinião publica. Antes do surgimento de meios de comunicação de massa. Antes da opinião publica ser forjada pelos meios de comunicação, portanto. Naquela época 3mil pessoas se reuniram para discutir o contrato social de Rousseau.
a. O conceito de opinião em Hobbes
b. O conceito de opinião em Locke
c. Rousseau e a vontade geral
d. A esfera pública (publicidade) kantiana
e. Hegel e a opinião pública


Bibliografia
HEGEL, G. W.F. Princípios da filosofia do Direito. São Paulo, Martins Fontes, 2003
KANT, I: Textos seletos, Petrópolis, Vozes, 2985
LOCKE, J. Ensaios acerca do entendimento humano, São Paulo, Abril Cultural, 1978 (os Pensadores)
PLATÃO, A República, São Paulo, Nova Cultural, 1999 (os Pensadores)
Rousseau, JJ. Do Contrato Social, são Paulo, Nova Cultural, 1999, (Os Pensadores)

Bibliografia complementar
CAPALDI, N: da liberdade de expressão, Rio de Janeiro: FGV, 1974 (História da Liberdade de Expressão)
HABERMAS, J Mudança estrutural da esfera pública, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1984
NASCIMENTO, M. Opinião Pública e revolução, São Paulo, USP, 1989

Filosofia:
Período antigo
Medieval
Moderno
Contemporâneo

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO HUMANO
PENSAMENTO MÍTICO
Mythos = palavra
Portanto o pensamento mítico é fundado na oralidade
Pensamento fundado na FÉ.
Em sociedades pouco complexas anterior à invenção da escrita.
Trata-se da primeira tentativa de explicação da realidade forjada pelos humanos
PENSAMENTO MÍTO-POÉTICO
Fase em que foram desenvolvidas as epopéias.
Fase de transição entre o pensamento mítico e filosófico
Mais racional forma de organização social mais complexa.
Conflito entre fé e razão.
PENSAMENTO FILOSÓFICO
Fundado na razão busca explicações lógicas
Exite uma perspectiva ocidental = filosofia teria surgido na Grécia.
Existe uma perspectiva oriental = filosofia teria surgido na Índia.
PENSAMENTO CIENTÍFICO
Também fundado na razão, busca teses que possam ser empiricamente demonstradas.
Ciência moderna a partir do séc. XVI.
Antes do surgimento da ciência moderna era a filosofia que se preocupava com todas as questões humanas.
PENSAMENTO FILOSÓFICO
Filosofia Antiga
PRÉ-SOCRÁTICOS
Matéria.
Autores que possuem preocupações metafísicas. Além do plano sensível. Origem do mundo, imortalidade da alma, existência de Deus etc. essas preocupações já estavam presentes no pensamento mítico, desde que o homem é homem ele se preocupa com essas temáticas. A diferença é que a filosofia busca explicações racionais para essas questões. Para os pré-socráticos o principio de todas as coisas estava na natureza. Para alguns era a água. Para outros era o fogo. Para Pitágoras era o número.
SÓCRATES
Preocupação com problemas morais, problemas éticos. Deixa de lado a natureza e passa a discutir o homem as questões do quotidiano. Sócrates deixa de lado as preocupações metafísicas. Preocupação com a polis com a vida em sociedade. Critico da sociedade em que vivia. Justamente por isso que foi condenado a beber cicuta.
MÉTODO SOCRÁTICO
Objetivo desconstrução de falsas convicções. São inconclusos, desconstroem as falsidades mas não apresenta uma verdade..

CONTEXTO HISTÓRICO
Polis grega = cidade estado todas elas independentes Atenas, Esparta.
Polis se dividia em espaço privado e espaço público. No espaço privado relações de trabalho, relações econômicas, relações de produção. No espaço público, relações políticas. Na esfera privada dois tipos: proprietários (senhores) e escravos. Relações de dominação prevalecia o uso da força. Ninguém era escravo por conta própria eram obrigados pelo uso da força. Na esfera pública só um tipo: cidadãos (proprietários). Portanto um único indivíduo desempenhando dois papéis um na esfera privada outra na esfera pública. Na esfera privada age como proprietário, se vale da forca para impor sua vontade, pautado única e exclusivamente por interesses individuais. Na esfera pública era obrigado a assumir outro papel, papel de cidadão, interesses coletivos, universais, interesses da totalidade dos indivíduos. Força é substituída pelo diálogo. A força só faz sentido na desigualdade, entre iguais não faz sentido o uso da força. Os cidadãos se valem do diálogo, da arte do convencimento. Discutem questões relacionadas à política, se preocupavam com as guerras por meio das quais conseguiriam mais escravos e conseguiriam mais tempo livre para se dedicar a política que era o único trabalho digno. Ciclo dependência mútua entre a esfera pública e a esfera privada. Contradição: os escravos eram coisas animadas, não tinham vontade própria. A política se preocupava com os interesses universais de poucos, excluindo os escravos.
PLUTOCRACIA = PODER DO DINHEIRO
Sofistas = opinião deliberadamente falsa que se apresenta como verdadeira. Platão chamou-os de prostitutas do saber.
Papel desempenhado pelos sofistas nessa sociedade = meramente professores de retórica, ensinavam a arte da oratória. Alem disso, constituíram uma escola filosófica que se baseava no ceticismo. Para os sofistas os homens não poderiam alcançar a verdade, que estaria além das possibilidades cognitivas, epistemológicas, de conhecimento dos seres humanos. Portanto, seria perda de tempo preocupar-se com ela (com a verdade). A verdade está em constante mutação. Se valiam do dialogo com outros objetivos, não para atingir a verdade.
Os sofistas se valem do diálogo com objetivos políticos. Uma vez que a verdade não pode ser atingida. O mais famoso dos sofistas era o Trasímaco. Eles falavam muito bem, detinham a arte da retórica, do convencimento. Desempenham o papel fundamental, de professores. Ensinavam os proprietários a arte do convencimento. Evidentemente irão cobrar por isso. Todo pensamento dos sofistas se valem do diálogo.
PLATÃO
Maiêutica = parto da verdade = todo ser humano traz consigo uma verdade que precisa ser revelada. Nasceu com Platão não com Sócrates como se achava antigamente.
Método platônico, desconstrói e coloca outra coisa, uma verdade metafísica.
Propõe a SOFOCRACIA = PODER DOS MAIS SÁBIOS apenas os mais sábios podem governar.
ARISTÓTELES
Aristóteles é o primeiro que fala em grande Grécia, todos os homens nasceram para serem escravos exceto os gregos. Igreja católica depois se baseia em Aristóteles para fundamentar a escravidão dos negros.
Aristóteles na juventude se limita a reproduzir Platão. Dois mundos.

Próxima aula critica que Sócrates faz aos sofistas. Como Sócrates vai se valer do diálogo para outros objetivos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

diferencia o pensamento pré socrático do socrático a preocupação do primeiro com questões metafísicas e do segundo com questões morais e éticas com a vida em sociedade polis. Ambos usam a razão já são filosofia já deixaram de ser pensamento mítico pautado pela fé.

No contexto de Sócrates, espaço privado heterogêneo e público homogêneo. Hoje como todos são iguais perante a lei o espaço público e o espaço privado são heterogêneos. Antes só os proprietários tinham direitos políticos. Hj todos tem direitos.

Qual o papel da filosofia nesse contexto? Sofistas professores de retórica ensinavam a arte do convencimento. Do ponto de vista filosófico os sofistas eram céticos, a verdade era inacessível ao ser humano então não se preocupavam em buscar a verdade se ocupavam com política no lugar. FILOSOFIA DOS SOFISTAS LEGITIMA O STATUS QUO. Enquanto Sócrates foi crítico ao status quo, morreu por cicuta. E Platão foi vendido como escravo porque acreditavam que a filosofia deveria exercer papel crítico

Atualmente o diálogo em baixa, a força (soft e hard Power) fazem as vezes dos estados autoritários.

Noção de cidadania como conhecemos só surge em 1830 pq em 1789 com a revolução francesa só os alfabetizados poderiam votar.
SOFISTAS
Trata-se de um grupo de pensadores que, assumindo uma postura cética, se valem do diálogo como um instrumento voltado ao convencimento, não importando em última instância o argumento defendido.
Sofistas são contemporâneos a Sócrates. Não se pode falar que são pré socráticos.
SÓCRATES
Preocupação com problemas morais, problemas éticos. Deixa de lado a natureza e passa a discutir o homem as questões do quotidiano. Sócrates deixa de lado as preocupações metafísicas. Preocupação com a polis com a vida em sociedade. Critico da sociedade em que vivia. Justamente por isso que foi condenado a beber cicuta.

Sócrates diz que o texto é definitivo para ser defendido precisa de seus pais. Por isso ele não acreditava no texto escrito. Acreditava no diálogo perguntas e respostas para atingir a verdade. Não deixou nenhum texto escrito. Tudo aquilo que sabemos sobre seu pensamento nos foi transmitido por seus discípulos principalmente Platão e Xenofonte. Ambos recorrem ao diálogo mas com finalidades diferentes.
Para sofistas diálogo era só para convencer o interlocutor, independentemente da veracidade da tese apresentada. Para Sócrates o diálogo é utilizado para examinar a veracidade dos argumentos utilizados, revelando, quando fosse o caso, a sua fragilidade. Filosofia (o diálogo) é instrumento para obtenção da verdade. Verdade identificação daquilo que é essencial, eterno, imutável. Para Sócrates portanto o diálogo serve para questionar as falsas certeza a doxa (opinião). Naquele contexto a opinião dos proprietários não correspondiam a verdade eram falsas certezas. A democracia não é o melhor dos regimes.

quinta-feira, 4 de março de 2010

para próxima aula texto: Sócrates e a história de Atenas in BENOIT, H.: Sócrates e o nascimento da razão negativa. São Paulo: Moderna, 1996. (pp.18-27)

Trasímaco = trata-se de um dos principais personagens do livro A República de Platão. Trasímaco era um sofista. Sofistas ensinavam a virtude da palavra em detrimento da virtude da verdade. Trasímaco era tão bom que Sócrates tem dificuldade de refutá-lo. Hoje em dia se faz a interpretação de que os sofistas podem ser interpretados como professores de retórica mas há quem entenda que os sofistas fazem parte de uma corrente filosófica caracterizada pelo ceticismo (verdade inacessível ao ser humano, verdade possui limites).


Instrumento Objetivo
SOFISTAS DIÁLOGO Convencer seus interlocutores independentemente da veracidade dos argumentos apresentados

SÓCRATES
(ironia) DIÁLOGO Examinar sistematicamente a veracidade (a fundamentação) dos argumentos expostos.


Em todos os diálogos de Platão Sócrates encontra um interlocutor que acredita conhecer absolutamente tudo e caem em temas filosóficos com método dialógico pautado no questionamento para identificar a essência das coisas para passarmos da aparência para a essência. Essência para a filosofia é a verdade. Para a filosofia a essência do ser humano é a razão.

Na República de Platão, Trasímaco fala que a justiça nada mais é do que o interesse do mais forte. Ele chegou a essa definição a partir da experiência sensível.

SOFOCRACIA = poder dos mais sábios
PLUTOCRACIA = poder dos mais ricos

DIÁLOGOS PLATONICOS
DIÁLOGOS SOCRÁTICOS
Sócrates (personagem histórico) nesses diálogos, Platão limita-se a apresentar os ensinamentos de seu mestre, valendo-se, para alcançar tal objetivo, do método socrático.
Diálogos sobre questões morais, políticas e éticas mas são diálogos aporéticos. Não são propostas soluções. APORÉTICOS = diálogos que terminam abruptamente, que não têm fim.
DIÁLOGOS PLATÔNICOS
Sócrates (personagem dramático) nesses diálogos, grosso modo, são apresentadas as características fundamentais do pensamento autônomo de Platão. Maduro, se afasta dos conceitos do professor.
Diálogos sobre questões morais, políticas e éticas e os diálogos não são aporéticos. São propostas soluções por meio da METAFÍSICA. Platão apresenta uma solução para esses problemas e para tanto ele recorre à metafísica.
A República de Platão pertence a essa segunda linha de diálogos.

É possível estabelecer uma diferença fundamental em relação ao pensamento socrático e o método platônico. Podemos dizer grosso modo que o método platônico pode ser entendido como complementar ao método socrático.

Relatos de Sócrates de Xenofontes se assemelham com os relatos de Sócrates de Platão. Ao contrário, Aristófanes, dramaturgo que escreveu a peça As Nuvens, na qual há um personagem chamado Sócrates que é lunático que se assemelha aos sofistas.
A República
Composta por 10 livros, essa divisão não foi formulada por Platão, mas por seus editores antigos. Mito da caverna no livro 7. Finalidade essencial da República discutir por intermédio de palavras as características essenciais, fundamentais, imprescindíveis de uma sociedade justa. A República não passa de um projeto, de uma proposta. Portanto tal sociedade descrita por Platão por intermédio do personagem Sócrates jamais existiu concretamente. Trata-se de uma elucubração filosófica, de uma utopia. É o modelo de UTOPIA (utopos em nenhum lugar). Discussão sobre como deveria ser a sociedade e não como ela é. Nesse sentido Platão não faz ciência no sentido moderno do tema. Platão faz sim uma discussão normativa ou prescritiva. Podemos recorrer ao modelo para criticar a realidade.

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