08/06/2010

RESUMO DO LIVRO: UM OLHAR SOBRE ÉTICA E CIDADANIA

RESUMO DO LIVRO: UM OLHAR SOBRE ÉTICA E CIDADANIA
DE CARLA RODRIGUES

Referência: RODRIGUES, Carla. Um olhar sobre a ética e cidadania. São Paulo: Moderna, 2002. 72 p. ISBN 851601147X

ÉTICA E CIDADANIA
A BUSCA HMANA POR VALORES SOLIDÁRIOS
RICARDO QUADROS GOUVÊA

Revolução conunicacional-cibernética, liberação das energias atõmicas, início das explorações espaciais, desgaste do meio ambiente tornou a humanidade capacitada para executar sua própria extinção, fez dela consiente de si mesma enquanto espécie sincular, e da fragilidade do planeta. A sociedade tecnológica pode ser autodestrutiva. A ciência não possui respostas para os problemas éticos e sociais que cria. É preciso empenho multidiscipliar em busca de valores sociais universais indispensáveis para o futuro da espécie humana e para o bem-estar. A esse empenho dá-se o nome de ética e cidadania. O objetvo maior da disciplina ética e cidadania é o de auxiliar os alunos a se tornarem cidadãos conscientes de que em cada atitude tomada e em cada discurso proferido, cada um de nós ajuda a definir o futuro de nosso ambiente sociocultural, de nossa cidade, de nosso país e de toda a humanidade. A plena consciencia da cidadania, tanto no que se refere aos direitos como no que se refere aos deveres, por todos os indivíduos é absolutamente necessaria para a construção de um país democrático.
ÉTICA X MORAL
MORAL referência aos costumes e opiniões sobre conduta individual e relacionamentos interpessoais aceitos por um determinado grupo social, etnico e religioso. Moral é uma questão de geografia e de história pode variar muito de acordo com o grupo social e com o tempo. Se desobedeço os preceitos morais e não sigo os padrões de conduta, vivo na IMORALIDADE. Se os preceitos e padrões do grupo social a que pertenço tornam-se irrelevantes para mim, então posso ser chamado de AMORAL. Se confundo a moral de minha cultura ou de meu grupo social com a ética, torno-me um MORALISTA. O moralismo é a absolutização e universalização de minha própria mora..
ÉTICA reflexão humana sobre o tema, teórica, racional e sistemática, uma reflexão que sem desrespeitar, ignora por princípio e por definição todas as relatividades inerentes à moral. A ética é filha da cultura dos antigos helenos. Com Sócrates e os sofistas a filosofia grega virou-se para o ser humano entendido agora como medida de todas as coisas (Protágoras). O fundamental não rea mais conhecer o mundo, mas antes conhecre-se a si mesmo (Sócrates).
PLATÃO é o pai da ética. Platão desenvolveu uma teoria racional sobre a constituição da alma humana que julgava ser eterna, estabelecendo a supremacia e autonomia da razão sobre as emoções e os impulsos ou a vontade. Platão tornou evidente a centralidade da ética na filosofia e a necessidade de pensar racionalemnte as questôes éticas e sociopolíticas bem como a dificuldade de fazê-lo.
ARISTÓTELES, em Ética e Nicômaco, sugere ser a virtude, entendida como perfeição da condição humana, a base de toda reflexão ética racional. Viver eticamente é buscar a atualização de todas as potências do ser humano. O desenvolvimento intelectual, o estudo, o conhecimento de si e do mundo é o que Aristóteles considera primordial. O comportaemento eticamente adequado e feliz é fruto, portanto, do aperfeiçoamento intelectual do indivíduo, e as principais virtudes advindas desse desenvolvimento são a justiça (que inclui honestidade e retidão nos julgamentos), a prudência (que inclui paciência, mansidão e cautela), a coragem (que inclui ousadia, a disposição ou prontidão, a perseverança e a resistência) e a moderação (a virtute está no equilíblio) essa útlima acaba sendo a virturde suprema uma vez que as outras virtudes são pontos de equidistância intermediários entre os vícios, isto é, sentimentos, estados-se-espírito ou atitudes que se opõem às virtudes.
TRADIÇÃO JUDAICO-CRISTÃ a novidade é entender os mandamentos como universalmente válidos, independentemente das convicções religiosas dos indivíduos, o que estabelece uma diferença crucial entre normas meramente religiosas presente em toda e qualquer religião e os mandamentos da tradição judaico-cristã que estabelecem valores sociais universais. Eros amor que faz buscar algo em benefício do que ama, por mais nobre que seja esse desejo (busca pelo conheciemento, por inspiração). Agape não é um desejo nem uma busca mas um sacrifício um doar-se sem esperar nada em troca.
COSMOVISÃO CALVINISTA engloba todas as áreas da vida humana e todos os diverentes comparitmentos da reflexão teórica. A ética calvinista do trabalho e o desenvolvimento do pensamento sociopolítico calvinista. A ética social calvinista se fundamenta em 3 pilares: vocação, honestidade e economia ou poupança. A cosmovisão calvinista implica em um sofisticado sistema de checagens e balanceamentos que visam a promover a justiça e evitar que todos sofram pela fraqueza de alguns. A prática da auditoria, que está se tornando comum, é resultado da influência dessa mentalidade em que a transparência é valorizada como um bem supremo da socidade e indispensável para o sucesso econômico. Calcado no conceito teológico de soberania divina sociedades calvinistas não mais se submetiam a reis ou tiranos, surge, paulatinamente o direito à desobediênica civil e a checagem epla população dos magistrados e de todas as autoridades civis.
KANT proposta ético-política inteiramente racional que envolve, entre outras singularidades, o chamado “imperativo categórico” segundo o qual cada ato deve ser avaliado pela sua potencial universalidade. Quão mais elevado for o potencial para a aplicação da ação como um princípio universal de conduta, maior será seu valor ético. Em outras palavras, a genialidade de Kant foi inverter a quertão fundamental da ética: não se tratava mais, como entre os gregos, de encontrar os princípios, virtudes e valores racionais e universais, mas antes de encontrar ou não a universalidade dos princípios, virtudes e valores.
HEGEL há uma síntese que sucede logicamente a tensão existente enter a moralidade relativa de uma etnia, tradição, religião ou grupo social, entendida como tese e a ética racional da tradição filosóvica, entendida como antítese. A síntese acontece quando uma cultura superior assume a ética racional da tradição filosófica como sua moralidade e simultaneamente transforma sua moralidade particular em uma ética racional com valores sociais universais.
FEUERBACH sugeriu que a filosofia fosse inteiramente reconstruída sobre novas bases puramente antropológicas, ética dessa nova filosofia surgiria de uma base empírica, pela análise dos processos históricos de transformação cultural.
MARX utiliza-se da dialética hegeliana para construir uma filosofia materialista inteiramente fundamentada na história. O resultado foi uma filosofia de ação revolucionária: chega de pensar sobre o mundo; chegou a hora de transformá-lo. A ética marxista fundamenta-se na busca da justiça entendida como comunhão universal dos bens materiais: de cada um segundo sua possibilidade, a cada um segundo sua necessidade.
KIERKEGAARD insiste no primado do indivído que, enquanto indivíduo, havia desaparecido tanto em Hegel como em Marx, indiferenciado para sempre seja na concepção abstrata de um Espírito Absoluto, seja na construção concreta de uma massa uniformizada e manipulável, uma monstruosidade que não é de forma alguma exclusiva do marxismo mas que muito pelo contráio tem sido almejada nas sociedades de consumo do mundo capitalista. Kierkegaard demonstrou que toda ética racional é por natureza universalizante e, portanto, ignora e anula o indivíduo. Como nada pode ser mais antiéticoque a anulação de uma pessoa, a ética filosófica é uma contradição. O que nos resta é a moralidade que é sempre relativa geografica, histórica e culturalmente.
NIETZSCHE toda moralidade é, por definição, um moralismo, isto é, a absolutização da moral de um grupo sobre todos ou um reducionismo na melhor das hipóteses. Tradição crista sempre beneficia o fraco e o desfavorecido pela natureza e pela cultura, nivelando toda a sociedade pro baixo e criando a massa. Nietzsche previa e condenava a chegada de uma cultura niilista, formada por exemplares daquele que Nietzsche chama de “ o último homem”. Nietzsche, no entanto, apregoa o advento do super-homem (übermensch) que incorpora a nova moralidade radical dos valores transvalorizados de Nietzsche, em que vale, acima de tudo, a lei da sobrevivência do mais apto e a auto-afirmação.

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