03/07/2011

Torre de Babel


Por Danielle Denny

Domingo 03/07/2011

Os estudos da manhã foram sobre construção do conhecimento na nova sociedade midiática. Tudo que sabemos do mundo e da sociedade é através da mídia. Comunicação constrói o conhecimento. Podemos fazer um esquema que inclui tudo que sabemos entre os paralelos: sonho, realidade, arte e ciência. A gradação entre esses diferentes pólos é fundamental, não se trata de maneira alguma de um sistema maniqueísta.

Interessante notar que o termo sociedade do conhecimento é um termo usado desde a década de 60 em substituição à sociedade industrial. Contudo atualmente ocorre uma industrialização do conhecimento. Para alguns estamos na era da mediocridade. Há sim uma democratização das informações, mas não há uma efetiva distribuição do poder, da confiabilidade, então não há uma democratização do conhecimento.

No horário do almoço um grupo de estudantes sérvio-brasileiros visitamos uma igreja em que Bethoven tocava. Pequena mas muito bonita. Ao lado dela havia loja tipo floricultura, que vendia só maconha. Apesar de estar fechada, por ser domingo, era muito curiosa.

Na parte da tarde estudamos casos concretos da Turquia e da China. Nos sentimos na torre de babel. A mesma pessoa falava ora turco, ora alemão, ora inglês. A pergunta era numa língua a resposta em outra.

Incrível a qualidade das séries televisivas turcas. Pena que no Brasil não são distribuídas. E como no Brasil o uso do celular é muito abrangente na China. Teoricamente todo chinês tem celular e acessa a internet por ele. Há uma co.operação entre indústria, universidade e governo, chamada triple play policy.

Sem a efetiva democratização do conhecimento as futuras gerações vão ter acesso a informações produzidas pelos 20% mais ricos de hoje que efetivamente estão produzindo os conteúdos e modulando os sistemas de hoje que serão usados no futuro.

Há um mito sobre a inclusão global da internet. Na verdade, sempre há exclusão. Mesmo que um pais dê acesso completo a seus cidadãos ele estará excluindo os não cidadãos. Alem disso, quanto maior a capilaridade menor a memória. Assim, quanto mais fácil e acessível é a produção na internet, menos o conteúdo se torna relevante. Aumenta a memória física, o número de bytes armazenados, mas isso não significa que aumenta a memória cultural que depende da relevância e da memória.

Depois de tanto estudar, uma visita ao museu de arte moderna foi o que nosso pequeno grupo de estudantes chino-brasileiros decidiu fazer numa tarde fria (13graus Celsius), chuvosa e com vento. Experimentamos uma curiosa bebida: cerveja misturada com água tônica.

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